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A Ponte do Rio Vacaria
Em 1938, o Sr. Laucídio e D. Lúcia, moravam na fazenda Bela Vista, distante do Rio Brilhante 08 léguas (48 Km) de estrada de terra. Rio Brilhante tinha uma rua principal, 3 travessas. Um médico, uma farmácia, a pensão de D. Maria, o correio e 3 casas de comércio.
A Viagem de Fordinho tomava duas horas, atravessando o Rio Vacaria pela balsa do Domingão no “patrimônio da Aroeira”.
Essa balsa era um tablado montado sobre duas canoas e conectado por uma carretilha ao cabo de aço que ia de um lado ao outro do rio. Captando a força da correnteza, o balsero conduzia a balsa de um lado a outro. Passavam cavaleiros, carretas e automóveis. Os bois carreiros e as comitivas de gado nadavam o Rio.
Seu Laucídio pediu ao interventor Julio Muller recursos para fazer a ponte.
O Governador respondeu: Faça a ponte, diga quanto custou que eu lhe pago.
Seu Laucídio empreitou a ponte ao João Candido, apelidado de Paulista, recém chegado de São Paulo. Ele sentiu que tinha de reforçar as especificações do projeto feito por Engenheiro.
Os palanques e vigamentos de aroeira vieram da fazenda Belas Artes, conduzidos na “alcaprina” que é uma carreta alta, que alçava pesadas toras nas “Sua Barriga” e era puxada por 06 juntas de bois carreiros.
A Ponte(veja a foto) custou, só a mão de obra e as ferragens 37 mil reais, que o Júlio Muller pagou imediatamente. A velha balsa foi desmontada e o Domingão balseiro mudou de serviço.
A Ponte funcionou muitos anos até a substituição por uma de concreto quando foi aberta a estrada C. Grande , Entroncamento, Rio Brilhante, Dourados.
Pouco a pouco a madeira da ponte foi sendo roubada, ficando as vigas mestras que serviam a garotada que vinha equilibrar sobre o Rio, criou capim e um dia seco de outubro, foi consumido pelo fogo que algum mal feitor colocou.
Seu Laucídio lá no céu, sentado com o Edmar , balançou tristemente a cabeça, sem nada dizer.
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